sábado, 26 de março de 2011

O papel não vai morrer...

Amigos jornalistas, aspirantes a jornalistas (como eu) e demais interessados por conteúdo de qualidade! A `Carta ao Leitor` da VEJA do dia 2 de março de 2011 nos mostra o futuro das revistas, jornais e televisões. A mídia digital não tem como substituir essas outras mídias e essa `Carta ao Leitor` explica porquê. Confesso que não sou muito de ler essa parte da revista mas, por sorte, me chamou a atenção e merece ser compartilhada.:)


Informação organizada, contextualizada e analisada



A missão primordial de uma revista semanal de informação é organizar os fatos de modo que o leitor possa entender a realidade de uma forma coerente,contextualizada e útil para a vida deleEsse papel já era preponderante antes do advento da internee se tornou essencial com o surgimento da rede que conecta bilhões de computadores ao redor do mundo, permitindo a disseminação instantânea de volumes gigantescos de informação sobre determinado assunto. Ocorre, porém, que o rumor, a versão e o fato comprovado desfrutam na internet a mesma prioridadeEntre os múltiplos poderes da rede não está o de filtrar, classificar, verificar e hierarquizar as informações por sua qualidade e interesse para os leitores.

Nesse cenário cacofônico, que contamina pela pressa e fragmentação a cobertura televisiva e a da imprensa diária, a edição jornalística das melhores revistas semanais reveste-se de valor crescente. Isso fica ainda mais evidente nos momentos de crises de impacto planetário. VEJA mostrou isso em 2001, em uma memoráveedição especial sobre os atentados terroristas aos Estados Unidos e nasedições seguintes. A revista ofereceu ao leitor análises claras e ao mesmo tempo aprofundadas sobre o fenômeno do fundamentalismo islâmico e os perigos que o radicalismo trazia para o coração da civilização ocidental. Entre as projeções feitas por VEJA estava a de que, cedo ou tarde, o ódio religioso tomaria de assalto as vontades da juventude empobrecida, tiranizada e seesperança dos países árabes. É justamente esse o processo em curso agora no Oriente Médio.


As revoltas populares que sacodem países árabes propiciam que a revista cumpra, mais uma vez, o seu compromisso de retratar eventos extremamente complexos de maneira atraente e compreensível. As reportagens desta edição revelam que o anseio democrático é apenas um dos ingredientes a inflamar as ruas árabes. Uma delas mostra que o triunfo realista dos interesses das grandes potências ocidentais sobre seus próprios princípios civilizados produziu ditadores sanguinários. Do conjunto de reportagens se depreende que há mais contradições do que similaridades em jogo nas insurreições populares no Oriente Médio. 
Manifestantes pró-governo no Irã igualam o presidente americano Barack Obama e o ditador líbio Muamar Kadafi sob o mesmo rótulo de “assassinos”. Kadafi, por sua vez, se diz vítima de um complô que teria unido o terrorista Osama bin Laden e Washington contra ele. No Barein, manifestantes xiitas protestam contra o governo ditatorial sunita, no que são incitados e apoiados pelo regime ditatorial xiita do Irã. 
O mundo é complicado e, a cada semana, VEJA se esmera em descomplicá-lo para você.

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