Informação organizada, contextualizada e analisada
A missão primordial de uma revista semanal de informação é organizar os fatos de modo que o leitor possa entender a realidade de uma forma coerente,contextualizada e útil para a vida dele. Esse papel já era preponderante antes do advento da internet e se tornou essencial com o surgimento da rede que conecta bilhões de computadores ao redor do mundo, permitindo a disseminação instantânea de volumes gigantescos de informação sobre determinado assunto. Ocorre, porém, que o rumor, a versão e o fato comprovado desfrutam na internet a mesma prioridade. Entre os múltiplos poderes da rede não está o de filtrar, classificar, verificar e hierarquizar as informações por sua qualidade e interesse para os leitores.
Nesse cenário cacofônico, que contamina pela pressa e fragmentação a cobertura televisiva e a da imprensa diária, a edição jornalística das melhores revistas semanais reveste-se de valor crescente. Isso fica ainda mais evidente nos momentos de crises de impacto planetário. VEJA mostrou isso em 2001, em uma memorável edição especial sobre os atentados terroristas aos Estados Unidos e nasedições seguintes. A revista ofereceu ao leitor análises claras e ao mesmo tempo aprofundadas sobre o fenômeno do fundamentalismo islâmico e os perigos que o radicalismo trazia para o coração da civilização ocidental. Entre as projeções feitas por VEJA estava a de que, cedo ou tarde, o ódio religioso tomaria de assalto as vontades da juventude empobrecida, tiranizada e sem esperança dos países árabes. É justamente esse o processo em curso agora no Oriente Médio.
As revoltas populares que sacodem países árabes propiciam que a revista cumpra, mais uma vez, o seu compromisso de retratar eventos extremamente complexos de maneira atraente e compreensível. As reportagens desta edição revelam que o anseio democrático é apenas um dos ingredientes a inflamar as ruas árabes. Uma delas mostra que o triunfo realista dos interesses das grandes potências ocidentais sobre seus próprios princípios civilizados produziu ditadores sanguinários. Do conjunto de reportagens se depreende que há mais contradições do que similaridades em jogo nas insurreições populares no Oriente Médio.
O mundo é complicado e, a cada semana, VEJA se esmera em descomplicá-lo para você.
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