sábado, 20 de novembro de 2010

Sou uma coleção de marcas tuas, meu bem...




Eu gosto de dizer que te amo mesmo sabendo que pra ti já não é novidade, e gosto também quando sem ter a mínima dúvida disso tu ainda me perguntas. Eu gosto de saber que me amas do tamanho de um avião, de um transatlântico, do sol visto da metade de caminho e mais um quilômetro, pra não queimar.
Eu gosto de beijar teus olhos, sorrir pra ti sem ter motivo aparente e te ver sorrindo pra mim também sem motivo aparente pra quem vê de fora. Mas eu sei porque sorrimos. E tu também o sabes. Eu gosto de despertar pra te ver dormir, mesmo que tenha muito, mas muito sono: te ver descansar me faz descansar também, me enche de paz, me faz sentir como se o dia tivesse terminado da maneira mais correta que poderia terminar. Eu gosto de estar do teu lado, de andar ao teu lado, e de te abraçar pra nos proteger do frio sem dó dessa cidade que creio que estou aprendendo a gostar mais ainda por saber que guardam marcas dos teus passos debaixo das poeiras dos meses e meses sobrepostos.

Eu me sinto feliz contigo, a mulher mais feliz do mundo quando fechas os teus olhos e a tua voz diz todas as coisas que o teu corpo quer dizer, e que você sabe que eu adoro ouvir. Eu gosto quando sobre mim descansas, te recompões. Te abraço forte pra que sejas completa, beijo a tua testa pra demonstrar todo o meu carinho, te ofereço o meu peito pra que descansasses no teu sono e me sinto radiante assim.
Eu coleciono horas pasmando e olhando os teus olhos grises, ora verdes, outrora azuis e gravo o teu rosto na minha memória porque ainda vivemos dias que temos que aceitar a despedida.
Eu abracei as tuas costas e beijei a tua nuca, eu te passei o cinzeiro e ouvi as tuas historias, teus pontos de vista, tuas conclusões. Eu leio teus livros e as tuas anotações de lápis me parecem mais interessantes do que a própria historia; eu me perco em ti.
Eu me apaixonei por ti, meu bem, e me apaixonei por todo o teu mundo.
Eu finjo pra mim mesma que o tempo passa rápido e trato semanas como quem trata horas só pra não doer, mas se dói, quando te vejo tudo já fica bem outra vez.
Eu vou ao teu encontro ainda com o coração saltando de alegria, as mãos suando e a barriga congelada por dentro, e ao te ver, o resto do mundo perde a toda a importância no mesmo segundo.
Eu estendi tuas roupas ao lado das minhas no varal da minha casa e me senti tão segura, e achei tão bonito isso, mas me calei.
Eu me sinto tranqüila porque o nosso partido não é um coração partido, e a nossa novela não é um dramalhão mexicano, cheio de dores e golpes, de mentiras, de malícias. E eu peço à sorte que os nossos ânimos nos conservem assim.
És a minha sorte, és o meu desejo de ser a melhor pessoa que eu possa ser, e também és pra mim a melhor coisa que tenho. Entraste em mim e curaste cada uma das feridas que de noite vinham transformar meu travesseiro em pedra.
Eu gosto tanto de saber que vivo em ti e tu em mim.

Eu gosto tanto de ti...

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